Não vivo em função de ti.
Não sou algo a quem possas dizer o que simplesmente queres.
Alguém que possas desejar e depois esquecer.
A quem posas ser tudo, fazer de tudo, para no fim deixares em nada.
Não sou ninguém. Sou alguém. Fui alguém. E nunca em função de nada nem ninguém.
Não vivo em função de ti.
Tentei ser mais, ir mais longe. E isto foi tudo o que consegui.
Por vezes com mais, outras tantas com tão pouco. Sempre pouco de ti. E acredita que já quis muito, sonhei muito, voei tão alto... mas sempre algo me fez voltar, acordar e caír.
Desculpa se esperavas mais de mim, mas secalhar precisava mais de ti.
Somente te menti no que disse fazer-me bem. Afinal magoava mais do que pensava. Minto, eu sabia... Só era mais fácil mentalizar-me que "estava tudo bem". Todos nós sabemos o que não está bem. Só não sabemos como encara-lo. Comodismo talvez.
Afinal não só magoava como ainda te minto. E continuo por não te querer dizer porque "esta tudo mal". Não por não confiar, não querer ou porque tão pouco não me apetece. Apenas porque não tens de saber. Não precisas de saber. Não precisas de fazer perguntas. Só tens de aceitar.
O confuso em mim?
É que o teu aceitar não chega. Preciso que queiras saber, que facas por saber e que perguntes tudo o que se passa.
E, apesar de não viver em função de ti, preciso de ti.
Que me digas o quanto te falto falta.
Os nossos mundo estão tão próximos. Então porque é tão dificil expressar o que de mais forte sinto?
Sou assim, vivo assim, ajo assim, tal como sou.
E não vivo em função de ti.
Choro, grito, canto e digo o que quero, o que penso.
Mas porque nunca te consigo dizer o que sinto?
ás vezes nem eu o aceito. Não quero aceitar.
Talvez porque tu já o fizeste por mim.
E, apesar de não viver em função de ti, preciso de ti.
Acho que já não sei o que é sentir. E este acho apenas existe porque tu existes também. Fazes com que algo saia de mim.
Preciso de viver não só por ti, não só por quem me faz bem, por quem se interessa ou por aqueles que mais amo e quero do meu lado. Não só por aqueles que estão sempre a estender-me a mão e levantar-me quando isso não faz qualquer sentido. Encarar tudo e todos, mais uma vez, não faz sentido.
Preciso de também viver por mim.
Mas viver faz também pouco sentido quando já não sei quem sou.
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